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terça-feira, 18 de setembro de 2012

A VI Roda das Velas homenageou os capoeiristas que lutaram pela preservação da nossa cultura.

Na sede da Gingart,crianças acendem velas para
caracterização da roda de capoeira.
No último dia 22 de agosto, na Rua 02 de fevereiro, o mestre de capoeira Dnei, promoveu VI Roda das Velas, para reverenciar os ancestrais que ajudaram a preservar a capoeira  como dança-luta, espalhando nossa cultura por todos os continentes e assim sendo  resgataram o orgulho, a auto - estima do povo negro.

A Roda das Velas foi realizada no escuro com apenas pequenos castiçais com velas iluminando o salão Osaguin e sempre que as chamas se apagavam várias crianças se mobilizavam para acendê-las, já o berimbau e a música que se ouvia seguiam num rítimo cadenciado(característico da capoeira Angola)e também para evitar que os capoeiristas mais entusiasmados se machucassem.

Essa viagem ao passado nos remete ao tempo da escravidão onde os negros cativos jogavam capoeira sob forte adversidades, nos porões dos navios negreiros, descalços e no escuro.
Mestre Dnei saúda os mestre  e contra-mestres presentes à Roda das Velas.
Os dois últimos eventos realizados tiveram dois dias de duração, sendo que esse ano, a abertura foi realizada com um debate entre personalidades convidadas e a participação da comunidade, o tema foi: O futuro pertence a quem ama o seu passado!

Vários representantes dos movimentos negros de Salvador prestigiaram a roda, Ubirací (cadidata a vereadora), Carlos Eduardo (Cadú), os mestres Um por Um e Massapê, professor Careca e Katita(Secretaria da Associação Brasileira de Capoeira) eles debateram sobre: a origem da Roda das Velas, religião dos ancestrais, analfabetismo e também desunião entre os mestres de capoeira.


Os mestres participantes da roda, Zé Pretinho, Um por Um, Zé do Lenço, Caboré, e os contra-mestres, Nici, Danda, Caroço de Dendê, vieram de várias bairros da cidade. O salão Osaguian ficou pequeno para o grande número de convidados presentes, as homenagens seguiram o formato de apresentação feita pelo mestre Dnei e de  aplausos dos convidados.

Para o próximo ano o mestre espera que o evento se auto sustente e conte com maior apoio dos moradores da Cidade Nova e dos orgãos públicos(capitação de editais culturais).Mesmo com o um público crescente a cada ano, Dnei acredita que dava para ter um número maior de moradores do bairro, caso houvesse uma maior divulgação(elaboração de um site), como também patrocinadores e concientização da comunidade
A faixa convoca a comunidade para a Roda das Velas.
Segundo Dnei, esse ano por ter sido um ano político, conseguiu viabilizar a programação do evento com maior facilidade, o que não aconteceu em anos anteriores e concluiu:"tudo que é feito para o negro, especialmente na capoeira é dificil". Deste modo, o mestre questiona o apoio dado pelas autoridades públicas às entidades que atuam para a valorização da comunidade negra na Bahia.


Mas, com a certeza da aprovação dos anônimos que participam dos eventos culturais que ocorrem nos bairros periféricos de nossa cidade, validando nosso trabalho e nos ajudam na preservação de nossa memória. O trabalho desenvolido pelo Mestre Dnei com a comunidade da Cidade Nova, proseguirá  na sua tragetória de resistência e valorização das principais tradições da nossa gente, através do  sucesso alcançado pela VI Roda das Velas como evento cultural do nosso bairro.Parabéns a todos que participaram!


Os moradores da 2 de fevereiro aprovaram a VI Roda das Velas e prometeram retornarem sempre que forem convocados, aproveitaram para deixar algumas sugestões para que sejam incorporadas às próximas edições do evento:
  • seja realizada num ambiente aberto ao público, largo da Cidade Nova;
  • inserir outras manifestações culturais,Samba de roda, maculelê;
  • disponibilizar espaço para comercialização de comidas típicas baianas. 


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