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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O programa Cirandando Brasil resgata o folclore infantil brasileiro através da cultura da brincadeira.


Carla apresenta com entusiasmo o livro Cirandando Brasil.
“A rosa vermelha é bem querer, a rosa vermelha e branca hei de amar até morrer...”, essas e outras cantigas de rodas são entoadas diariamente pelas crianças que participam do programa Cirandando Brasil - Sons do Bem e que residem na Rua 2 de fevereiro, no bairro da Cidade Nova, e demais ruas no entorno.

O programa Cirandando Brasil existe desde 2001 e foi criado para resgatar o folclore infantil brasileiro, promover a integração entre as crianças em defesa da sua inocência e fomentar a cultura da brincadeira. Já foram atendidas pelo Programa 150 crianças entre 6 a 14 anos, nos dois turnos de trabalho da sede na Cidade Nova. São sete colaboradores que  planejam, programam,  organizam e executam as oficinas de dança, capoeira, coral, iniciação musical, brincadeiras e literatura, entre eles dois são voluntários e foram alunos do programa.

A idealizadora da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, Sons do Bem, Nair Spinelli Lauria, conhecida como Nairzinha, é cantora, compositora e pesquisadora do folclore infantil há mais de 35 anos, compôs mais de 200 canções e vendeu cerca de 350.000 cópias de seus trabalhos. Para a pesquisadora, o sucesso do Programa  se  deu a partir de suas observações sobre a inserção dos valores adultos ao ato de brincar  e como essa brincadeira é reapresentada às crianças, sem macular o folclore, preservando a letra, a melodia e a dança. Nair dar ênfase a política pedagógica da entidade: "Essa é a orientação artístico pedagógico do projeto, fornecer instrumentos para garantir que nossas crianças continuem cantando, brincando e sabendo de onde viemos e quem somos".

As inscrições para participar do programa são realizadas em março, onde são selecionadas, no máximo, 40 crianças. As contempladas passam por um processo de observações visando adequar sua escolha pessoal com as oficinas disponibilizadas pelo projeto, a adaptação é concluída com a evolução da criança nas oficinas, explica Carlinda Santos Lima, administradora da sede.

Fernanda e Carla satisfeitas com o sucesso do Programa.
Fernanda Lauria, instrutora das cantigas de rodas e brincadeiras, comenta:"o fato positivo do projeto é que tudo que trazemos para as crianças elas levam para casa e se apropriam, na hora do recreio, nas escolas colocam em prática. Quando iniciamos não haviam esse sucesso, pois eles não conheciam as cantigas. Nossas brincadeiras não precisam consumir, comprar, é só participar com a energia do corpo e da voz, é a cultura da paz".
A oficina de capoeira é uma das mais concorridas juntamente com a oficina de dobradura e literatura(lendas indígenas e africanas, estórias da carochinha) de autores brasileiros. Luiza da Silva, 11 anos de idade e há cinco no projeto, gosta da oficina de dança e comenta, "se eu estivesse fora do Programa não iria conhecer a cultura popular existente e não poderia ensinar as outras crianças o que aprendemos aqui".
  

Aquecimento para inicio da oficina de capoeira.


Luiza participa do Programa a cinco anos.

A biblioteca comunitária possui um acervo bastante diversificado sobre literatura brasileira(contos e poesias), religião, música, folclore, educação infantil, entre outras, destacando-se as obras de Monteiro Lobato. Parte do acervo foi doado pela família da pesquisadora do folclore baiano, Ester Pedreira de Cerqueira, autora do livro Folclore Musical da Bahia.
De segunda à quinta-feira são os dias que a entidade funciona e os horário de visitas à biblioteca são de: 8:30 às 11:30 e das 14:00 às 17:00. Existe também um sistema de cadastro que possibilita aos interessados o empréstimo dos livos por um período maior, para isso é necessário, RG, comprovante de residência e assinar um termo de compromisso de devolução da obra.
A comunidade ainda está em falta com a biblioteca do Cirandando.
O Programa se sustenta através de doções de empresas privada como: Wal-Mart Brasil; através de editais do FAZCULTURA ; e também pelas internacionais, UNICEF, UNESCO, porém, mesmo com todos esses parceiros o que se garante é apenas o pagamento dos professores até o próximo dia 31 deste mês. No mês de agosto foi estipulada a cobrança da taxa de manutenção aos pais dos alunos no valor de vinte reais, para ajudar no pagamento das contas de água, luz, telefone.
Existe também, o livro Cirandando Brasil que é composto do guia prático para pais e professores, partituras de músicais e três CDs com músicas do Programa, que está sendo comercializado na sede por R$ 60,00 que também complementa a manutenção da casa.

As sandálias dos alunos são acomodadas para a
 oficina de capoeira.

O programa Cirandando disponibiliza apresentações em eventos, desde que seja feito o agendamento com antecedência, e não é cobrado cachê, basta apenas viabilizar transporte de boa qualidade e lanche para todas as crianças que irão participar da apresentação.

O blog da Cidade Nova se insere na tarefa de viabilizar as demandas da OSCIP - Sons do Bem junto à comunidade, seja dialogando com seus representantes, ajudando nas tarefas simples do cotidiano, na conservação física da sede e ajudando a dar maior visibilidade a esse projeto tão premiado, que nos enche de orgulho.Sucesso!  

Contatos:

(71) 3497 0218
(71) 8192 2653

E-mail: bibliotecamariarita@hotmail.com ;
         
           sonsdobem@sonsdobem.org.br .

Colaborou:  Carlinda Santos Lima Ramos,
                  Fernanda Lauria.


Outras fotos:

Alanda Gabriela está no Programa a 4 anos.