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segunda-feira, 25 de março de 2013

O Aquivo Público do Estado da Bahia expõe contradições entre a memória cultural do Brasil Colônia e da Bahia atual.

A foto de apresentação do nosso blog da Cidade Nova é do APB ‐ Arquivo Público do Estado da Bahia, e foi escolhida para nos representar devido à beleza histórica do prédio, da memória cultural existente ali desde o tempo em que a Bahia foi a primeira capital do Brasil e também por sua localização entre a Baixa de Quintas e o nosso bairro.

O prédio foi construido no século XVI  e serviu de residência para o padre Antônio Vieira, posteriormente transformou‐se em  leprosário, hoje abriga o acervo público do Estado e conta com  documentos textuais, manuscrito e impressos.
Busto do padre Antônio Vieira.
O Arquivo Público do Estado da Bahia foi fundado em 16 janeiro de 1890, pelo então governador do Estado, Dr. Manoel Vitorino, e tinha com finalidade recolher em certo e determinado lugar todos os papéis e documentos históricos, administrativos, judiciários e legislativo da Bahia disseminados nas diversas repartições. Dentre os documentos remanescentes do período colonial, monárquico e republicano destacam se:
· carta de doação da Sesmaria da Ilha de Itaparica concedida por Tomé de Souza a D. Antônio de Ataíde (1552);
· os boletins e os autos processuais da Revolta dos Búzios (1798);
· a coleção a Independência do Brasil na Bahia (1822 1823);
· autos, peças processuais judiciais e policiais referentes a Insurreição de escravos Malês (1835);
· os documentos da Revolta Sabinadas (1837);
· auto de perguntas da Revolta de Canudos (1897);
· inquérito policial do movimento do Quebra Bonde (1930);
· livros de Registro Civil (século XVII a XX) entre outros.
Dentro do APB funciona a biblioteca Francisco Vicente Vianna, onde fui atendido pela historiadora Ana Maria que esclareceu as minhas principais indagações. Ela informou que o público frequentador do Arquivo é especificamente formado por pesquisadores, estudantes, e que também atendem aos usuários para comprovação de direitos decorrentes de exigências administrativas e judiciais.

Ana Maria atende ao publico que visita a biblioteca.
 O acervo de livros custodiados no APB conta a nossa história desde o periodo que a Bahia foi a capital do Brasil. 

A Grande Salvador é a publicação de maior dimensão existente no APB.

Há publicação particular do acervo Empório Industrial do Norte.
    
 A Grande Salvador, contou com a  participação 
do professor Cid Teixeira.
  
O destaque entre os pesquisadores baianos na área da educação e a professora aposentada pela UFBA, Antonieta Nunes D'Aguiar que possui algumas obras no acervo:
· Historia da Educação baiana Período Colonial;
· Politica da Educação no inicio da República da Bahia;
· O aluno e a escola pública. 

Outros serviços são oferecidos pelo APB

· atendimento presencial  de segunda a sexta feira, 8h30 as 17h30;
· agendamento, microfilmagem micofilmagem.apb@fpc.ba.gov.br;
· atendimento a distância solicitação de informações;
· emissões de certidões;
· visitas guiadas  estão suspensas;
· assistência técnica.

A beleza da fonte em ótimo estado de conservação, porém seca,
contrasta com os equívocos admisintrativos do APB. 
Mesmo com tanta riqueza cultural e histórica o APB esbarra nas suas especificidades e desmandos de gestões equivocadas que tem se instalado na Bahia nos últimos anos. Em vez de trabalharmos para manter esse grande legado para nossos filhos, netos e a comunidade em geral, é do conhecimento de todos os baianos a vergonhosa demonstração de incapacidade gerencial e administrativa que abate aos funcionários, pesquisadores, as instalações do arquivo e a toda comunidade.

Sob os arcos da faixada, improvisa ‐ se mesas e cadeiras
para o trabalho dos pesquisadores que frequentam o APB.
As informações vinda inicialmente de fora do estado, dão conta do processo de sucateamento do prédio tombado pelo IPHAN ‐ Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Cultural, falta luz elétrica, os telefones foram cortados, faltam ainda suporte técnico, funcionários e verbas.

O APB é mantido pela Fundação Pedro Calmon que recentemente perdeu o seu presidente, Professor Ubiratan Castro, um dos maiores expoente da história cultural da Bahia, só a partir desse fato e da comoção gerada pela surpreendente perda foi que as autoridades baianas resolveram se movimentar para amenizar o clamor da mídia, dos intelectuais brasileiro, internacionais e da comunidade baiana.


Contatos
apb.fpc@fpc.ba.gov.br
71 3116  ‐ 2165
71 3116  ‐ 2142

Referências
Folder  Arquivo Público do Estado da Bahia Memória de Todos Nós.
Wikipédia  ‐ a enciclopédia livre.


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Elza reside no bairro da Cidade Nova e trabalha no APB.